VISÃO
O Sentido da visão nos conecta à energia do sol através do oceano de luz que ele emite. Como a energia da luz é rebatida por objetos materiais, a luz refletida é absorvida por nossos olhos, fornecendo-nos informações sobre contorno, forma, cor e sombra que nossos cérebros sintetizam em imagens desses objetos.
O QUE VEMOS NÃO É O OBJETO

EM SI, MAS A ENERGIA DA FONTE

DE LUZ REFLETIDA E

DECODIFICADA NO INTERIOR DE

NOSSOS CÉREBROS, CRIANDO

UMA IMAGEM FANTASMA DO

OBJETO. É FÁCIL CONFUNDIR A

IMAGEM QUE EXPERIMENTAMOS

BASEADA EM NOSSO PROCESSO

PERCEPTIVO COM A REALIDADE

DO OBJETO EM SI.
As cavidades orbitais são pequenas cavernas fixadas nos ossos do crânio anterior, proporcionando um abrigo para os olhos. Seu formato é mais ou menos cônico e sua espessura diminui a partir das aberturas frontais arredondadas até pequenos pontos nas laterais da glândula pituitária. O eixo do cone não é exatamente anterior/posterior. Uma linha traçada do ponto anterior central ao ponto posterior central do cone corre na direção posterior média.
Os ossos do crânio que compõem as órbitas são o osso frontal, o esfenóide, o etmoide, o maxilar, os ossos zigomáticos e os ossos lacrimais.
A segurança e o suporte dos olhos são fornecidos por uma camada almofadada de tecido adiposo (gordura) que cerca a região posterior e lateral dos globos oculares e preenchem a cavidade orbital. Essa gordura é uma massa gelatinosa semilíquida que fornece uma medida extra de suporte, ao mesmo tempo em que mantém a posição dos olhos, como um plástico-bolha envolvendo um item delicado em uma caixa. Os olhos são ancorados no osso circundante pelos músculos.
descansar os olhos na gordura da minha cavidade ocular
o que vemos não é o objeto em si
o que vemos não é o objeto em si
o que vemos não é o objeto em si
o que vemos não é o objeto em si
o que vemos não é o objeto em si
ESPAÇO INTERNO
ESPAÇO EXTERNO
IMAGEM






ESPAÇO





MOVIMENTO
É possível fazer muitas analogias entre nosso sistema visual e a câmera obscura, aparato óptico composto por um espaço escuro, uma fonte de luz (pupila) e um anteparo (retina) onde a imagem, ou melhor o espaço e todos os objetos no alcance da visão, são projetados como uma imagem invertida. Essa seria a fase 1 da nossa visão, a fase que acontece no olho, antes das informações serem processadas.

Como se nesse pequeno quarto escuro o espaço se desenhasse em uma parede mágica. O que vemos está dentro de nós ou estamos dentro do espaço que vemos?

No entanto não é ali que de fato vemos a imagem do mundo que nos cerca, ali na retina ocorre uma transformação, fototransdução, a luz se transforma em sinais neuronais e embarca pelo nervo óptico adentrando um outro espaço, até alcançar um anteparo neural, no cortex visual, no fundo do lobo occipital. logo acima de Atlas nossa vétebra inaugural.

A visão opera há séculos o papel de principal sentido do ser humano. Levamos uma vida prioritariamente visual e nos desenvolvemos tecno-socialmente em torno disso, as telas, as imagens, as letras... Mas a dança é uma exceção, na minha experiência, na dança o sentido principal não é o da visão. O próprio movimento, como sentido de si, coloca-se à frente: propriocepção, kinestesia.

Inicie uma dança com os olhos fechados, entregue-se à descoberta do espaço interno e encontre no seu tempo os caminhos para o seu movimento. Quando sentir-se segura busque também o espaço externo, mantendo os olhos fechados.

Foi mais ou menos essa a exploração proposta por Lisa Nelson em uma de suas aulas no curso afinar para ver. Afinar o olhar, afinar as formas de olhar, então, nessa exploração começamos com os olhos fechados, presença interiorizada.

Qual é nosso estado de visão com os olhos fechados?

Em determinado momento sinto um desejo de abrir os olhos, como se fosse este o movimento necessário, não para ver. O movimento para mover. Quando a luz toca minha retina sinto a sustentação do olhar no espaço, a visão como prolongamento coluna vertebral, um eixo novo: OLHO - SACRO. Um olho-corpo diferente de um olho-visão, mas sempre o mesmo. Como afinar o olhar? Como preservar as sensações e abrir-se para todas as possibilidades do espaço visual?
Experimento em minhas aulas de dança a investigação dos olhares. Mover com os olhos fechados, depois mover com uma visão de curto alcance, que só enxerga aquilo que está bem perto ou o próprio corpo. Em seguida uma visão de longo alcance, movendo enquanto observa elementos da sala; a porta, janela, mobiliários. Depois, um "olhar além", olhar para o teto e ver o céu, olhar para o chão e ver o centro da terra, um olhar que atravessa e imagina. Vou guiando a transição desses olhares, indo e vindo por eles, levando a atenção também para o que muda no movimento criado. Depois os deixo brincar com essas possibilidades.

Sinto a potência do olhar na dança. O olhar traz intenção e imaginação, traz um sentido profundo ao movimento.
Pina Bausch le sacre du printemps
Com aproximadamente 2,5 centímetros de diâmetro, o globo ocular é composto por três camadas básicas, chamadas TÚNICAS.
A mais exterior é a FIBRA TÚNICA EXTERNA, ou ESCLERÓTICA, uma camada de tecido conjuntivo protetor composta por duas partes: a CÓRNEA e a ESCLERA.

A ESCLERA REDONDA é o branco do olho, um saco resistente que cobre a maior parte do globo ocular, exceto a córnea.

A CÓRNEA CURVA é transparente, refratando a luz que passa através do interior do olho. A córnea é responsável por cerca de 70% da refração da luz que entra pelo olho.
TÚNICAS
FIBRA TÚNICA EXTERNA ou ESCLERÓTICA
- ESCLERA REDONDA
- CÓRNEA CURVA
TÚNICA VASCULAR ou ÚVEA
- COROIDE
- CORPO CILIAR
- ÍRIS
exterior
intermediária
TÚNICA INTERNA NERVOSA ou RETINA
interna
exterior
intermediária
A camada intermediária do globo ocular é a TÚNICA VASCULAR ou ÚVEA. Composta pela COROIDE, o CORPO CILIAR e a ÍRIS, ela fornece nutrientes para o resto do olho.

A COROIDE é a parte superior da ÚVEA e está aderida à maior parte da superfície interna da ESCLERA.

Na parte anterior da ÚVEA, ocorre a transição da coroide para o CORPO CILIAR, a parte mais espessa da TÚNICA. Partes desta secretam líquido para a cavidade anterior do olho, incluindo o músculo ciliar que altera a forma do cristalino.

A ÍRIS é a parte colorida do globo ocular. Ela está conectada aos processos ciliares na ponta do corpo ciliar e situa-se abaixo da córnea e acima do cristalino. Consistindo de fibras musculares, a íris regula o tamanho do orifício em seu centro (a PUPILA), determinando a quantidade de luz que pode entrar na cavidade.
interna
A camada mais interna do globo ocular é a TÚNICA INTERNA NERVOSA, ou RETINA. Trata-se da parte do olho que reage à luz.

A parte não-visual da retina é chamada de EPITÉLIO PIGMENTAR, uma folha de células contendo melanina entre a COROIDE e a RETINA VISUAL. A melanina absorve os raios de luz, impedindo a reflexão e a dispersão da luz dentro do globo ocular.

A RETINA NEURAL, um desdobramento do tecido cerebral, processa informação antes de enviá-la ao cérebro. No interior da RETINA NEURAL, a luz passa através de várias camadas de células antes de atingir as células fotorreceptoras, localizadas no EPITÉLIO PIGMENTAR.
- EPITÉLIO PIGMENTAR
- RETINA NEURAL
FIBROSA
VASCULAR
RETINA
- ÓPTICA
- NÃO ÓPTICA
É preciso aprender a ver?
Como o olhar muda a intenção?