19.01.2023, núcleo pulso, são paulo, sp

Dançar anatomia é um site, criado e construído a 6 mãos, é um espaço de exploração, aprendizagem e criação .
Um caderno de estudos artístico.
Um caderno de estudo sobre a anatomia humana a partir da abordagem do BMM (Body Mind Movement), apresentando tessituras livres entre conteúdos anatômicos, imagens, experiências, conhecimentos científicos, poéticos, filosofia e movimento.

É um caderno de estudos de dança.
Como a anatomia pode ser um convite ao movimento?
Como posso vivenciar enquanto dança os mais diversos movimentos corpo à dentro?
O que transforma conhecer em sentir e mover?

Para nós, o trabalho e as descobertas do BMM têm no movimento sua expressão mais viva. Foi a vontade de dançar este material que nos reuniu em encontros semanais no CRD (Centro de Referência da Dança) entre agosto e dezembro de 2022, onde desenvolvemos uma pesquisa que foi se alinhando em torno de um imaginário amplo mas que seguiu o norte misterioso da relação e das potências entre o toque e o movimento.
É o resultado ainda processual deste trabalho que apresentamos aqui.

O site foi um espaço que encontramos para a ativação de uma série de ideias que permeiam nossa pesquisa. Um lugar de diálogo, de criação e de apropriação dos conteúdos. É interessante observar que, em sua própria forma hipertextual, o site nos permite o atravessamento das idéias, uma conexão transversal no espaço. Diferente do texto, ele não segue uma única linha, mas permite transitar por diferentes caminhos e reencontrar os mesmos pontos por outros percursos. Esse formato, por assim dizer, topológico, viabiliza a expressão da forma de apropriação espiralar, muito própria do BMM, o atravessamento multidimensional do espaço geográfico do corpo que se revela, osso, glândula, órgão, pele, movimento sensação, tudo isso simultaneamente e em separado.

Sinta com atenção qualquer parte do corpo por bastante tempo e você vai perceber que ela se abre como o espaço extenso de uma noite na praia, ainda que o sentimento seja de contrição há na sensação uma vastidão propensa ao movimento e à transformação. Cada uma das células no corpo flutua em um oceano primitivo, cada particula de matéria é a metáfora viva desta poesia em decomposição, recombinação, troca, movimento. O que transita entre as nossas membranas? Em que ponto deixo de ser eu, qual é a sensação da imersão? Sonho de útero onírico….

De Novalis esta frase:
"A poesia é, entre as ciências, a juventude."

Está sempre a começar;
A inaugurar, a fundar, a inventar, a descobrir.
É outro órgão do corpo, a Poesia; não detectada por
tecnologia nem por manuais anatômicos.
Dito de outro modo: esconde-se por detrás da Anatomia.
É o Grande Espelho das células materiais: a Poesia.
É o cenário brilhante, divino.
É a luz que melhor ilumina o esqueleto.
Conclusão: É a única parte imortal do osso.
(E se o Carbono é eterno é porque é Poético.)

Gonçalo M. Tavares, Investigações. Novalis, pg 87

18.03.2023 - centro de referência da dança, são paulo, sp

Essa é a abertura de processo do Grupo de investigação em BMM e dança. BMM é body mind movement, corpo mente movimento, um método de educação do movimento somático que trabalha através da anatomia vivencial os diferentes sistemas do corpo. Entre agosto e dezembro de 2022, no CRD, nós desenvolvemos uma pesquisa em dança com base nas explorações do método seguindo especificamente o norte misterioso da relação e das potências entre o toque e o movimento.

Dançar anatomia é um caderno de estudos de dança.
Um caderno de estudo sobre a anatomia humana, tessituras livres entre fisiologia, imagens, experiências, ciência, poesia e movimento.

Como a anatomia pode ser um convite ao movimento?

O que transforma conhecer em sentir e mover?
Como posso vivenciar enquanto dança os mais diversos movimentos corpo à dentro?


O corpo como um lugar de diálogo, de criação e de invenção. Diferente do texto, da palavra escrita, da linguagem, nada no corpo é linear, ou segue uma única trilha de causalidade, cronologia, mas permite transitar por diferentes caminhos e reencontrar os mesmos pontos por outros percursos. Esse formato, por assim dizer, topológico, viabiliza a expressão de uma forma de apropriação espiralar, o atravessamento multidimensional do espaço geográfico interno que se revela, osso, glândula, órgão, pele, movimento, sensação, tudo isso simultaneamente e em separado.

Sinta com atenção qualquer parte do corpo por bastante tempo e você vai perceber que ela se abre como o espaço extenso de uma noite na praia, ainda que o sentimento seja de contrição há na sensação uma vastidão propensa ao movimento e à transformação. Cada uma das células no corpo flutua em um oceano primitivo, cada partícula de matéria é a metáfora viva desta poesia em decomposição, recombinação, troca, movimento. O que transita entre as nossas membranas? Em que ponto deixo de ser eu, qual é a sensação da imersão? Sonho de útero onírico…